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História da costura: Da Pedra Lascada à atualidade.

Foto do escritor: Edna VezzoniEdna Vezzoni

Imagem da internet.
Imagem da internet.

A arte de costurar é tão antiga quanto o é a história da nossa evolução.

O homem, mais precisamente o seu aspecto feminino, ou seja, a mulher, já tecia suas roupas, rudimentares, como não poderia deixar de ser; e seus embornais, equivalentes as nossas sacolas de hoje para que pudessem armazenar e transportar seus bens. Parcos.


Elas, as mulheres, eram as responsáveis por limpar as caças que os homens abatiam, embora em alguns Clãs esta atividade também fosse pertinente a elas. A princípio as peles eram cosidas da maneira mais simples possível. O processo era constituído de: Esticavam-se as peles sobre pedras planas, com o auxílio de facas de sílex, ou ossos lascados, eram feitos buracos no tecido, e os mesmos eram unidos com fios de tripa, tendões e até mesmo fibras de sisal. Mas este processo gerava o endurecimento e a putrefação do couro, o que tornava incomodo o seu uso.


Com o passar do tempo, já adentrando o período médio do paleolítico, as mulheres começaram a curtir e amaciar o couro. Para tanto elas utilizavam o seguinte método: as peles eram lavadas e postas a secar ao sol. Em seguida eram raspadas com facas ou pedras. Porém, este método deixava as peles muito duras. Então passaram a raspá-las com facas e pedras para que se tornassem mais maleáveis.


Mais adiante, e após terem descoberto os métodos próprios para entrelaçarem os juncos e a partir de aí fabricar vários utensílios domésticos, elas introduziram na arte de curtir o couro, um método muito parecido com os dos dias atuais no que tange a curtição dos mesmos de forma caseira.


As peles eram mergulhadas ainda com os pelos, em uma mistura de água, cinzas e urina, dentro de cestas tecidas a partir do sisal e cujas tramas eram tão unidas que evitavam o esvair dos líquidos.


Dias depois a pele em curtição era lavada em água e posta para secar na sombra. Em seguida os pelos dos animais eram raspados e a pele era novamente lavada.


Após a secagem, gordura animal era esfregada vigorosamente em ambos os lados. Nesse momento a pele estava pronta para receber determinadas colorações. A mais comum era a coloração feita a partir do ato de triturar pedras macias de tom vermelho. O pó triturado era então espalhado em ambos os lados, e também esfregado energicamente para entranhar no couro. Estava pronto o tecido que iria dar forma a mantos, vestidos, culotes, sapatos e alforjes.


Foi neste período que surgiram as primeiras agulhas de ossos, de mamute ou de marfim. E as peles foram os primeiros tecidos a cobrirem os corpos humanos, não pelo pudor, mas sim pelas necessidades climáticas e até mesmo pelo início do conceito da estética. Os primeiros teares datam deste período. Os mesmos eram improvisados no meio de dois galhos de árvores fincados no solo, para procederem ao entrelaçamento dos fios. Grotescos e irregulares.


 As areias do tempo vão rolando em direção ao Neolítico, ou Nova Idade da Pedra eis que surge a Roca. Rudimentar roca de madeira. Quem a criou? Está é uma resposta impossível de se dar uma vez que naquela época não existiam os departamentos das Marcas e Patentes.


 Tudo que se sabe com certeza é que os primeiros materiais têxteis são muito antigos, por serem de origem vegetal e animal.

Do vegetal o homem extraia o linho, o cânhamo e o algodão. Do animal ele extraia a lã e a seda. Os pesquisadores da nossa história atribuem à descoberta destes materiais na seguinte ordem cronológica: linho – 5000 a.C. Egito; Lã – 4000 a.C. Mesopotâmia; Algodão – 3000 a.C. Índia. Seda – 2640 a.C. China.


 O linho era fiado e tecido desde a Idade da Pedra em rústicos teares. A técnica se consistia em colocar o caule da planta de molho por alguns dias para que pudesse macerar. Após este processo retiravam-se as fibras do caule. Os tecidos eram então fiados e passavam pelo processo de tingimento. Por ser o linho um tecido caro, apenas os nobres, sacerdotes e grandes autoridades faziam uso dos mesmos.


A lã era obtida a partir do pelo de variados animais. Entre eles estão o coelho, camelo, alpaca, lhama, caxemira, cabras e ovelhas. A lã e o pelo eram extraídos a partir da tosquia a partir da qual se dava início ao processo de fiação e produção do tecido, que também passava pelo processo do tingimento que normalmente era feito com corantes naturais extraídos de pigmentos vegetais e animais. Este era um tecido mais popular e as classes menos abastadas podiam fazer uso do mesmo.

 

Os tons mais comuns na época eram o branco; castanho, preto e o vermelho amarronzado.


O algodão, fibra natural vegetal, é o mais conhecido entre nós. Planta originaria de Sind na Babilônia foi divulgada pelos árabes e por eles levada para a Índia, Oriente Próximo, China, Ásia e Europa.


 As plantações de algodão também existiam na América, sendo que os Incas já dominavam a técnica do cultivo, da fiação, da tecelagem e tingimento do tecido.

 Aqui, o importante é não deixar de dizer que: desde o final da última Era Glacial já eram confeccionados tecidos com as fibras do algodão.


A seda foi uma das últimas fibras naturais que o homem descobriu e segundo as pesquisas ele foi descoberto por volta de 2640 a.C.

A seda é uma matéria-prima de origem animal e é proveniente do bicho-da-seda. O seu fio é contínuo, com uma média de 1500 metros ininterruptos de extensão. É um filamento fino e delicado que apresenta diversas colorações tais como o branco sujo, branco cândido, amarelo-ouro e amarelo tênue.


Ela foi utilizada em primeira mão no Oriente, principalmente no Japão, China e Coreia. Chegou à Europa, vindo de Constantinopla.

Com o passar dos séculos, os teares sofreram valiosas melhorias, conquanto pouco progresso técnico tenha sido feito até o século XIX.


Os tecidos eram costurados inexoravelmente a mão, dando forma as vestimentas de filhos, maridos, pais, irmãos, etc... Como ao longo do dia as mulheres se encontravam sobrecarregadas pelos exaustivos afazeres domésticos, elas costuravam do cair da tarde até tarde da noite, a luz das fogueiras, velas de sebo, lamparinas e lampiões.


Dizem as fontes de pesquisa que a primeira máquina de costura surgiu em 1829, concebida pelo francês Barthélemy Thimmonier para costurar os uniformes militares. E que em 1850 o ator e inventor Isaac Merrit Singer ao ver esta máquina funcionando apreciou a ideia e procedendo a algumas modificações concebeu um modelo caseiro. A sua era uma máquina mais prática e bem menor do que a do seu colega.


Entretanto, esta fantástica invenção, não pode, nem deve ser de modo algum atribuída a uma só pessoa, uma vez que vários foram aqueles que usando suas criatividades e os seus sensos de praticidade adaptaram e aperfeiçoaram a máquina de costura, do passado remoto até os nossos dias.


Até o século passado já haviam sido emitidas mais de 46.000 patentes de máquinas de costura das mais variadas espécies.


Para nós, mulheres, tecelãs dos sonhos da vida, o que importa é contarmos com o fator facilitador de uma máquina de costura para unir nossos retalhos, e tramando daqui, arquitetando dali, dar forma as nossas colchas. Colcha de casal, de solteiro, ou penduradas no varal. Não importa. O importante é dar asas à imaginação e criar. Cada vez mais.


Texto de Edna Vezzoni. (Permitida à reprodução do mesmo, desde que citada a fonte) Fonte de pesquisa: (Meus conhecimentos oriundos da Universidade da Vida).



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